Jornadas alquímicas de iniciação feminina pelos caminhos da Sexualidade, da Dança e da Conexão com a Natureza... (Dúnia La Luna)
"A Serpente é o entendimento de todas as coisas e a compreensão da vacuidade d'elas. Seguindo um caminho que não é o de nenhuma ordem nem destino, ela ergue-se á Altura que é a sua origem... Ela é o entendimento de tudo, a fusão dos opostos, do bem e do mal, a da valia da emoção como emoção e da vontade como vontade... " (Fernando Pessoa)



domingo, 15 de janeiro de 2012

A Dança Oriental como o Yoga da Mulher !

É fato que a dança oriental é apresentada como um entretenimento por vezes exagerado e comercial, o que a torna desinteressante para mulheres que não se identificam com esse perfil e que buscam algo mais introspectivo e pessoal como o Yoga.
Mas o que a maioria das mulheres precisam saber é que a dança oriental (ou do ventre) foi criado por mulheres e para mulheres com o objetivo integral de conferir, força, saúde e confiança corporal...Quando ainda viviam perto da natureza e ouviam suas as sabedorias corporais. há muito, muito tempo atrás...
Desde o início dos tempos, do contato do ser humano com a natureza, veio o conhecimento de que a vida é cíclica: A terra nutre os seres, os sustenta e também destrói a mesma vida para que haja um novo nascimento... As lunações controlam as marés, as águas do corpo, as emoções, a fertilidade das mulheres e assim como as estações do ano, também as luas ditam a melhor colheita e o melhor plantio...
Para as fêmeas de todas as espécies o ritmo da vida é um fato biológico! Ao corpo feminino se deve o aspecto transmutador da semente em vida e assim proliferação da espécie. Por este motivo, durante a maior parte da existência humana, o feminino permaneceu como analogia mais poderosa da divindade. 
Durante o curso da história da humanidade, houveram na terra muito mais civilizações (paleolítico e neolítico) matrifocais (com base numa deusa) do que as patriarcais. Isso se deve ao fato de que a divindade era percebida mais pelo crucial poder de fertilidade da terra e suas espécies (que garantia uma vida nutrida e contínua) do que ao poder da força física ou controle... Assim, sendo a mulher biologicamente mais próxima do ritmo da natureza e essencial para a continuidade da espécie, ela se tornou a analogia mais evidente da existência da divindade!  Estatuetas evidenciam que os primeiros "xamãs" e "sacerdotisas. Às mulheres

Aula de Dúnia - RJ
também se conferiam a sabedoria relativo às ervas, ao corpo e à sexualidade. 
Durante esse percurso, em alguns períodos e em diferentes regiões...  Evidencia disso é o sobrevivente ditado catalçao: “LA MAR ES POSA BONA SE VIU EL CONE DUNA DONA”(O mar se acalma ao ver a boceta de uma mulher). Ainda hoje em algumas regiões, mulheres do campo dançam o que em grego se chama: "Ana Suromai" - "Dança das Saias Erguidas"  como uma prece para que a Mãe-Natureza faça crescer as plantações até seus genitais!
É muito claro na história que em todos os períodos e regiões onde foi possível a mulher manter uma intimidade verdadeira com o corpo e a natureza, se conservava também uma sabedoria e um respeito integral e coletivo à terra e à posição essencial da mulher na civilização!
Por muitos motivos, entre fragmentos e lacunas em nós mesmos e naquilo que nos contam, criamos um mundo sem contato verdadeiro com o tempo, com a alimentação, com a saúde, com o corpo e muito menos com os ciclos da vida. 
Desse distanciamento corporal, falha às mulheres a confiança num corpo forte que pari, sente, expressa, percebe e intui! 
Aula de Dúnia no Hotel Terapeutico Ponto de Luz
A mulher moderna se esforça em adaptar-se e encontrar- buscando o feminino em modelos idealizados e em belezas ditadas e assim dá continuidade ao distanciamento de seu sistema primordial.
O Corpo, sistema vivo e tecido pelo espírito, com suas experiências e passagem biológicas naturais é quase sempre ignorado!
A Dança, que tem o corpo como instrumento, pode ser um veículo que nos possibilita nos aproximar novamente desse processo vital, nos ajudando a retomar a sabedoria e segurança.
A dança “tem como origem um significado preciso enquanto rito e cerimônia, de modo que ela exprime o mistério da vida e da morte tal qual eles são manifestados.” Sua principal função ainda é a autobiografia onde celebrar, honrar, expressar sentimentos e marcar passagens da vida e da morte traz ao coletivo seus significados. 
O corpo é uma analogia perfeita do macrocosmos: "Conhece-te a ti mesmo” é a inscrição do Oráculo de Delfos!
Por tanto, dançar a pelve, o ventre, as ancas, pode nos levar diretamente ao contato com a fonte da vida! O corpo pode ser sentido e "lido" como um mapa que imprime e guarda todas as experiências pessoais, cada movimento universalcada trajetória óbvia ou sutil da vida em nosso entorno.
A Dança Oriental é dotada de movimentos circulares, espirais e ondulatórios, onde suas técnicas reproduzem com excelência os movimentos da vida (células, átomos, galáxias). 
Essa configuração de movimentos é especial e única. Ela ajuda o corpo a se fortalecer e a se flexibilizar de dentro para fora, assim como ajuda os ciclos a entrarem em harmonia gradativamente... Sua prática, possibilita uma revitalização eficiente do sistema muscular, articular, respiratório, e assim sendo ativa o livre fluxo energético do corpo! 
Posso arriscar  dizer (tanto pela prática pessoal, como pelo exercício terapêutico profissional) que em essência, a dança do ventre é uma terapêutica perfeita para o corpo da mulher e que como prática consciente e meditativa (assim como as práticas do Yoga ou do Tai Chi) traz justamente a experiência verdadeira da mulher com seu sistema feminino. 
Dentro de uma linha dirigida, suas técnicas podem ser aplicadas como as técnicas de artes marciais que exigem repetição, disciplina, postura, graça, leveza e no caso, também poesia!
Aqui a arte é feminina, dotada de beleza que inclui as experiências do próprio corpo, das passagens da vida da mulher que dança e nos conecta, como o fazem todas as outras artes orientais e marciais, à sabedoria ancestral
De modo muito natural, o Feminino vai circulando no corpo e na vida sem necessárias exposições, padronizações, sem superficialidades e sem pressa... Com a Dança Oriental temos a oportunidade de adotarmos uma arte especialmente feminina por tradição ancestral criada para nos dar suporte e manutenção nos processos biológicos em todas as etapas como: menstruar, amar, parir, nas recuperações de partos e na reabilitação do fluxo da libido e dos hormônios. 
A dança oriental é uma herança feminina preciosa que deveria ter seu lugar de excelência entre as terapias e ser explorada por profissionais competentes nessa área para que possa ser usufruída realmente como ferramenta útil para todas as mulheres!

Conheça: " Dança Arquetípica e Oriental Feminina"







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